sexta-feira, 11 de abril de 2014

História de Baden Powell

HISTÓRIA DE B.P.

Robert Stephenson Smyth Baden-Powell nasceu em Londres, Inglaterra, a 22 de fevereiro de 1857.
     Seu pai era o Reverendo H.G. Baden-Powell, professor em Oxford. Sua mãe era filha do Almirante inglês W.T. Smyth. Seu bisavô, Joseph Brewer Smyth, tinha ido como colonizador para New Jersey (América do Norte) mas, voltou para a Inglaterra e naufragou na viagem de regresso.
     Baden-Powell era descendente, por um lado, de um Ministro Evangélico, e por outro lado, de um colonizador aventureiro do Novo Mundo.
 
B-P na Juventude
   Seu pai morreu, quando Robert tinha perto de três anos, deixando sua mãe com sete filhos, dos quais o mais velho não tinha ainda, quatorze anos. Havia com freqüência momentos difíceis para uma família tão grande, mas o amor mútuo entre mãe e filhos ajudava-os a continuar para a frente.
     Robert viveu uma bela vida ao ar livre com seus quatro irmãos, excursionando e acampando com eles em muitos lugares da Inglaterra.
     Em 1870, B-P ingressou na Escola CharterHouse em Londres, com uma bolsa de estudos. Não era um estudante que se destacasse especialmente dos outros - mas era um dos mais vivos. Estava sempre metido em tudo que acontecia no pátio do colégio, e cedo se tornou popular pela sua perícia como goleiro da equipe de futebol de CharterHouse.
     Seus colegas da escola muito apreciavam suas habilidades como ator. Sempre que pediam, ele improvisava uma representação que fazia toda a escola morrer de riso. Tinha também vocação para a música, e seu Dom para o desenho permitiu-lhe, mais tarde, ilustrar todas as suas obras.
B-P na Índia
     Aos dezenove anos, B-P colou grau na Escola CharterHouse, e aceitou imediatamente uma oportunidade para ir à Índia como Subtenente do Regimento que formara a ala direita da Cavalaria na célebre "Carga da Cavalaria Ligeira" da Guerra da Criméia.
     Além de uma carreira excelente no serviço militar - chegou a capitão aos vinte e seis anos - ganhou o troféu esportivo mais desejado de toda a Índia - o troféu de "sangrar o porco", caça ao javali selvagem, a cavalo, tendo como única arma uma lança curta. (Obs.: o javali selvagem é habitualmente citado como "o único animal que se atreve a beber água no mesmo bebedouro com um tigre").
 
 
Combatendo na África
     Em 1887, B-P estava na África participando da campanha contra os Zulus, e mais tarde enfrentando as ferozes tribos dos Ashantís e os selvagens guerreiros Matabeles. Os nativos o temiam tanto que lhe davam o nome de "Impisa", o "lobo-que-nunca-dorme", devido a sua coragem, sua perícia como explorador e sua impressionante habilidade em seguir pistas.
     As promoções de Baden-Powell na carreira militar eram quase automáticas, tal a regularidade com que ocorriam - até que, subitamente, se tornou famoso.
Corria o ano de 1899 e Baden-Poweel tinha sido promovido a Coronel do Exército inglês.
     Na África do Sul estava se fermentando uma agitação. As relações entre a Inglaterra e o governo da República de Transval tinha chegado ao ponto do rompimento. Baden-Powell recebeu ordens de organizar dois batalhões de carabineiros montados e marchar para Mafeking, uma cidade no coração da África do Sul. "Quem tem Mafeking, tem as rédeas da África do Sul", era um dito corrente entre os nativos, que se verificou ser verdadeiro.
 
O cerco de Mafeking
     Veio a guerra, e durante 217 dias - a partir de 13 de outubro de 1899 - B-P defendeu Mafeking cercada por forças esmagadoramente superiores do inimigo, até que tropas de socorro conseguiram finalmente abrir caminho lutando para auxiliá-lo, no dia 18 de maio de 1900.

     A Inglaterra estivera de respiração suspensa entre estes longos meses. Quando finalmente chegou a notícia: "Mafeking foi socorrida".
     B-P promovido agora ao posto de Major-General, tornou-se um herói aos olhos de seus compatriotas.
 
 
Nasce o Escotismo
Foi como um herói dos adultos e das crianças que, em 1901, ele regressou da África do Sul à Inglaterra, para ser cumulado de honrarias e para descobrir, surpreso, que sua popularidade pessoal dera popularidade ao livro que escrevera para militares - "Aids to Scouting" - "Ajudas à exploração militar". O livro estava sendo usado como um compendio nas escolas masculinas.
     B-P viu nisto uma provocação e um desafio. Compreendeu que estava aí a oportunidade de ajudar os rapazes de sua Pátria a se desenvolverem para uma robusta varonilidade. Se um livro para adultos sobre as atividade dos exploradores podia exercer tal atração sobre os rapazes e servi-lhes de fonte de inspiração, outro livro, escrito especialmente para os rapazes, poderia despertar muito maior interesse.
     Pôs-se então a trabalhar, aproveitando e adaptando sua experiência na Índia e na África, entre Zulus e outras tribos selvagens.
     Reuniu uma biblioteca especial e estudou nestes livros os métodos usados em todas as épocas para a educação e o adestramento dos rapazes - desde os jovens espartanos, os antigos bretões e os peles-vermelhas, até os nossos dias.
     Lenta e cuidadosamente, B-P foi desenvolvendo a idéia do Escotismo.
     Queria estar certo de que a idéia podia ser posta em prática e por isso, no verão de 1907, foi com um grupo de vinte rapazes para a ilha de Brownsea, no Canal da Mancha, para realizar o primeiro acampamento escoteiro que o mundo presenciou. O acampamento teve um completo êxito.
 
 
Lord Baden-Powell of Giwell
Fundador Do Movimento Escoteiro
Escoteiro Chefe Mundial
 
"Escotismo Para Rapazes"
     E a seguir, nos primeiros meses de 1908, lançou em seis fascículos quinzenais o seu manual de adestramento, o "Escotismo para Rapazes" (Scouting for Boys) - sem sequer sonhar que este livro ia por em ação um Movimento que iria afetar a juventude do mundo inteiro.
     Mal tinha começado a aparecer nas livrarias e nas bancas de jornais o "Escotismo para Rapazes", e já surgiam Patrulhas e Tropas Escoteiras - não apenas na Inglaterra, mas em muitos outros países.
A Segunda vida de B-P
     O Movimento cresceu tanto e tanto, e tinha em 1910, atingido tais proporções que B-P, compreendeu que o Escotismo seria a obra a que dedicaria sua vida. Teve a visão e a fé de reconhecer que podia fazer mais pelo sei país adestrando a nova geração para a boa cidadania do que preparando um punhado de homens para uma possível futura guerra.
     E, assim, pediu demissão do Exército onde havia chegado a Tenente-General, e ingressou na sua "segunda vida" - como costumava chamá-la - sua vida de serviço ao mundo por meio do Escotismo.
     Os frutos que colheu como recompensa desta decisão foram o crescimento do Movimento Escoteiro e o amor e o respeito dos rapazes do mundo inteiro.
 Fraternidade Mundial
     Em 1912 fez uma viagem ao redor do mundo para se pôr em contato com os Escoteiros de muitos outros países. Foi deste o primeiro passo para fazer do Escotismo uma Fraternidade Mundial.
     Veio a Primeira Guerra Mundial e momentaneamente interrompeu este trabalho; mas com o fim das hostilidades foi recomeçado, e em 1920 os Escoteiros de todas as partes do mundo se reuniram em Londres para a primeira concentração internacional de Escoteiros - o Primeiro Jamboree Mundial.
     Na última noite deste Jamboree, a 6 de agosto, B-P foi proclamado "Escoteiro-Chefe Mundial", pelos aplausos da multidão de rapazes.
     O Movimento Escoteiro continuou a crescer. No dia em que atingiu a "maioridade" completando vinte e um anos, contava com mais de dois milhões de membros em praticamente todos os países civilizados do mundo.
     Nesta ocasião B-P recebeu de seu Rei, Jorge V, a honra de ser elevado a Barão, sob o nome de Lord Baden-Poweel of Giwell.
     Mas apesar deste título, para todos os Escoteiros ele continuou e continuará sendo sempre - B-P, o Escoteiro-Chefe Mundial.
     
O Primeiro Jamboree Mundial foi seguido por muitos outros - em 1924 na Dinamarca, em 1929 na Inglaterra, em 1933 na Hungria, em 1937 na Holanda. Em cada um destes Jamborees Baden-Powell foi a figura principal, tumultuosamente saudado pelos "seus" rapazes onde quer que estivesse.
     Mas os Jamborees eram apenas uma parte do esforço no sentido de se formar uma Fraternidade Mundial de Escoteiros. B-P fez longas viagens cuidando dos interesses do Escotismo, mantinha correspondência com os dirigentes escoteiros de numerosos países e continuou a escrever sobre assuntos escoteiros, ilustrando com seus próprios desenhos artigos e livros.
 
 Os últimos anos de B-P
     Quando suas forças afinal começaram a declinar, depois de completar oitenta anos de idade, regressou à sua amada África com a sua esposa, Lady Baden-Powell, que fora uma entusiástica colaboradora em todos os seus esforços, e que era a Chefe Mundial das "Girl Guides" (Bandeirantes) - movimento também iniciado por Baden-Powell.
Fixaram residência em Quênia, num lugar tranquilo, com um panorama maravilhoso: florestas de quilômetros de extensão, tendo ao fundo montanhas de picos cobertos de neve.
Foi lá que morreu B-P, em 8 de janeiro de 1941 - faltando pouco mais de um mês para completar oitenta e quatro anos de idade.
              Por WILLIAM HILCOURT
Diretor de Técnica Escoteira

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