terça-feira, 30 de agosto de 2016

Substancias quimicas



Substâncias químicas
O problema
·                     As substâncias químicas: um problema para a saúde
·                     Doenças relacionadas às substâncias químicas
·                     Novas políticas sobre substâncias químicas
·                     A transformação da economia em torno dos produtos químicos
·                     Substâncias químicas presentes no setor do cuidado da saúde:
·                     Mercúrio
·                     PVC, ftalatos e dioxinas
·                     Retardantes de chama
·                     Equipamentos eletrônicos
·                     Praguicidas e limpadores

Por que as Substâncias Químicas São um Problema para a Saúde?
Na vida cotidiana, a habitual exposição a substâncias químicas tóxicas tem se convertido, cada vez mais, em uma preocupação para a saúde. Infelizmente, muitos dos produtos utilizados na assistência à saúde contribuem para gerar exposições perigosas. Entre eles destacan-se os produtos de limpeza e desinfetantes, os os insumos clínicos contendo ftalatos, os diversos objetos que contém retardantes de fogo, o formaldeído usado nos serviços de anatomia e também presente nos móveis, e os solventes usados nos laboratórios, entre outros.

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Cada vez mais pesquisas científicas elevam o nível de preocupação acerca dos efeitos na saúde causados pela exposição crônica às substâncias químicas. Atualmente sabe-se que:
·                     Certas substâncias químicas, ainda que em pequenas doses, podem provocar doenças ao interferir com o desenvolvimento sexual, alterar o sistema hormonal e causar câncer.
·                     As crianças e os bebês no ventre materno são especialmente vulneráveis.
·                     No leite materno e no sangue do cordão umbilical entre o feto e a mãe podem ser encontrados centenas de produtos químicos sintéticos.
·                     No organismo humano, as substâncias químicas podem comportar-se como substâncias ativas, perturbando os sistemas, mesmo que a baixos níveis de exposição e, potencialmente, causando ainda maior dano quando combinados.
Doenças Relacionadas às Substâncias Químicas
Nas sociedades industrializadas, o aumento do uso de substâncias químicas foi acompanhado pelo aumento das doenças a elas relacionadas, entre as quais inclui-se câncer, asma, defeitos congênitos, deficiências geradas durante o desenvolvimento, autismo, endometriose e infertilidade.

É cada vez maior
a evidência científica que vincula parcialmente a incidência destas doenças com a exposição à substâncias tóxicas.

Por que Necessitamos de Novas Políticas sobre Substâncias Químicas?
Resolver o problema das substâncias químicas de modo individual, produto por produto, demonstrou ser insuficiente. Muitos programas de compras que priorizam o meio ambiente e campanhas ambientais definem certas substâncias químicas como causa de preocupação e buscam sua redução. Porém, as substâncias perigosas seguem existindo no mercado pelos seguintes motivos:
·                     Os fabricantes mudam o uso de uma substância química sobre a qual se chama atenção, substituindo-a por outra não experimentada nem catalogada, que não resulta ser necessariamente preferível;
·                     A abordagem individual, produto por produto, é muito cara e lenta; e
·                     Quando o governo não exige que os fabricantes realizem testes de toxicidade, o ônus de financiar os testes e o monitoramento ambiental das substâncias químicas que existem no mercado recai sobre os cidadãos, o que retarda ainda mais a mudança.

A Transformação da Economia em Torno dos Produtos Químicos
As instituições de saúde têm especial responsabilidade ética de usar substâncias químicas que representem menor risco para a saúde humana. Uma quantidade cada vez maior de hospitais opta por priorizar a segurança para não ter que se lamentar depois, eliminando substâncias químicas suspeitas de serem perigosas e adotando alternativas mais seguras. Afinal de contas, os benefícios desta abordagem incluem menores custos de disposição, menor responsabilidade civil e melhor saúde para os funcionários.

À medida que as instituições de saúde e outros setores importantes enfrentam esses problemas, as indústrias líderes compreendem a importância que reveste esta questão.

Substâncias químicas presentes no setor do cuidado da saúde
Nas instituições do cuidado da saúde, assim como em outras instituições utiliza-se um surpreendente número de materiais altamente tóxicos. Estes materiais produzem efeitos adversos nos pacientes, trabalhadores e na população em geral.

Muitos destes tóxicos estão definidos e regulados por leis nacionais, estaduais ou locais. Outros são usados diariamente sem contar com nenhum tipo de regulação. Entre eles podem ser encontrados compostos carcinógenos, materiais corrosivos, irritantes ou que emitem outros tóxicos ao ambiente, no transcurso de sua produção, uso, armazenamento, transporte ou disposição.

Através das seguintes seções você poderá ter acesso a mais informação sobre alguns dos tóxicos presentes no setor do cuidado da saúde:
·                     Mercúrio
·                     PVC, ftalatos e dioxinas
·                     Retardantes de chama
·                     Equipamentos eletrônicos
·                     Praguicidas e limpadores




















Mercúrio No Setor de Saúde
O problema
A contaminação por mercúrio representa um grave problema para a saúde pública e ambiental, que causa uma variedade de efeitos negativos em todo o mundo.

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Nos estabelecimentos de saúde, o mercúrio pode ser liberado no ambiente pelos termômetros, esfigmomanômetros, dispositivos gastrintestinais e outros produtos médicos que o contém. O mercúrio também pode estar presente em fixadores, conservantes, químicos de laboratório, limpadores e outros produtos de uso médico e quando são descartados como resíduos contribuem para a contaminação do meio ambiente. Alem disso, muitos produtos empregados na construção como termostatos, indicadores de pressão e interruptores também contêm mercúrio.

Felizmente, existem
alternativas que são seguras e de custo acessível para quase todos os usos do mercúrio no cuidado à saúde.

Os
derramamentos de mercúrio em hospitais, clínicas e laboratórios expõem os médicos, enfermeiros, pacientes e outros trabalhadores da saúde ao mercúrio elementar. À temperatura ambiente, o mercúrio elementar líquido pode se transformar em gás, em quantidades significativas, expondo os trabalhadores ou pacientes do lugar a níveis potencialmente altos do metal.
Se for descartado entre os resíduos comuns, o mercúrio cedo ou tarde chegará ao meio ambiente onde os organismos que vivem nos rios, lagos ou no solo úmido podem transformá-lo em mercúrio orgânico altamente tóxico. Este tipo de mercúrio é capaz de causar danos ao sistema nervoso mesmo em níveis extraordinariamente baixos e, por ser persiste, acumula-se em animais, peixes e no meio ambiente em geral.
A assistência à saúde é uma importante fonte de poluição por mercúrio. Por exemplo, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) incluiu vários produtos e atividades relacionadas ao cuidado à saúde entre as "fontes importantes de emissões antrópicas" de mercúrio. Estas fontes incluem lâmpadas fluorescentes, manômetros, termômetros e outros instrumentos; amalgamas dentais; tratamento de resíduos e incineração de produtos que contêm mercúrio; aterros de resíduos; e cremação.

Entre as outras fontes conhecidas de poluição por mercúrio encontram-se as emissões das usinas de energia que utilizam carvão como combustível e das fábricas de cloro soda que empregam células de mercúrio, assim como a mineração de ouro em escala artesanal e industrial.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o PNUMA entendem que a contaminação por mercúrio provoca graves efeitos sobre o meio ambiente e a saúde a nível global. O Conselho de Administração do PNUMA, que representa todos os países Membros da Organização das Nações Unidas, colocou entre suas prioridades a nível global, a redução da acumulação de metilmercúrio no meio ambiente.

A OMS e Saúde sem Dano (SSD) lançaram uma Campanha Global para eliminar, em 10 anos, o uso de mercúrio no setor saúde.
























PVC, ftalatos e dioxinas
O problema
O PVC (cloreto de polivinila), um tipo de plástico muito utilizado nos produtos médico-hospitalares, pode ser perigoso aos pacientes, ao meio ambiente e à saúde pública. Como resultado disso, há uma tendência crescente em buscar alternativas ao PVC para os insumos médico-hospitalares e outros produtos, entre eles certos materiais para a construção.




















Edifícios Saudáveis
O problema
Durante todo seu ciclo de vida, os materiais de construção podem liberar substâncias químicas tóxicas, ameaçando a saúde dos moradores e da comunidade, nos lugares onde se fabricam os materiais, se utilizam e também onde são jogados fora. A preocupação quanto ao impacto na saúde produzido pelos edifícios é consistente com o valor essencial dos profissionais da saúde — primeiro não prejudicar.

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Imagine se os centros de tratamento de câncer fossem construídos sem materiais que provoquem câncer; se as clínicas pediátricas fossem construídas sem empregar materiais que desencadeiem asma; se os hospitais oferecessem alimentos saudáveis...

O que se havia imaginado está se tornando realidade à medida que algumas instituições de saúde do mundo estão construindo hospitais saudáveis. O
Guia Verde para a Assistência à Saúde (disponível somente em inglês) é um importante recurso que está sendo empregando na construção de hospitais saudáveis para as pessoas e para o ambiente.

Um ponto importante no desenho e na construção de um edifício saudável é a utilização de materiais saudáveis, incluindo aqueles materiais sem PVC, som formaldeído e sem ou com a menor quantidade possível de compostos orgânicos voláteis (COV). Os materiais saudáveis são aqueles que são fáceis e seguros para reutilizar, são recicláveis ou biodegradáveis.

São numerosos os benefícios da implementação de edifícios verdes nas instituições da saúde. Uma abordagem integrada pode, entre outras coisas, reduzir os custos no consumo de eletricidade: a luz natural e uma qualidade de ar interior saudável podem melhorar a produtividade, manter o pessoal e melhorar os resultados com os pacientes; uma seleção cuidadosa dos materiais para acabamentos de interiores pode reduzir o trabalho na limpeza e os custos de manutenção.
Saúde sem Dano, junto com a Rede de Edifícios Saudáveis, está colaborando com os sistemas do cuidado da saúde para promover o uso de materiais, desenhos, práticas de construção e funcionamento mais saudáveis, como forma de melhorar a saúde pública e contribuir com a proteção do ambiente. Maiores informações sobre este tema, em inglês.


O PVC contém substâncias químicas tóxicas e gera impactos ambientais negativos durante a sua produção, uso e disposição.

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A fabricação de PVC demanda grandes quantidades de cloro. Por sua vez, a fabricação de cloro consome muita energia. Em algumas fábricas são usadas substâncias tóxicas como mercúrio ou amianto na produção de cloro. Uma vez obtido o cloro, a etapa seguinte consiste na produção de dicloroetileno, seguido de cloreto de vinil, a base do PVC. Estes processos geram dioxinas, substâncias altamente tóxicas que constituem um dos contaminantes orgânicos mais persistentes conhecidos pela ciência. Está demonstrado que, tanto o cloreto de vinil, como as dioxinas são comprovadamente carcinogênicas para os seres humanos.









Dioxinas: Um Subproduto Perigoso
O termo "dioxina" refere-se a um grupo de contaminantes orgânicos persistentes que estão entre as substâncias químicas mais tóxicas conhecidas atualmente.

As dioxinas são produzidas pela incineração, durante a fabricação de produtos químicos clorados, especialmente o PVC, e em outros processos que utilizam cloro, tais como o branqueamento do papel. Na década de 90, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA- Environmental Protection Agency) descobriu que nesse país, cerca de 40% das emissões de dioxinas na atmosfera provinham da incineração de resíduos de serviços de saúde. Uma das causas mais importantes era a grande proporção de PVC presente neste tipo de resíduo. O cloro contido no PVC é um ingrediente fundamental para a formação de dioxinas.

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Uma vez que existem literalmente centenas de tipos de dioxinas, a maior parte da pesquisa em laboratórios se concentra na dioxina mais tóxica, a 2,3,7,8-TCDD, a qual é classificada como reconhecidamente cancerígena para humanos, tanto pela Agência Internacional de Pesquisas do Câncer (IARC - International Agency for Research on Cancer) quanto pelo Departamento de Saúde dos Estados Unidos. As dixinas também afetam o sistema imunológico, o sistema reprodutivo, o crescimento, o sistema hormonal e causam problemas de saúde como a diabetes, entre outros.
As dioxinas podem permanecer no ambiente durante milhares de anos e podem ser transportados por todo o planeta por via aérea ou aquática. Dissolvem-se em gordura e, como o corpo as elimina muito lentamente, acumulam-se na cadeia alimentar. Como consequência, os predadores superiores, o que inclui os seres humanos, podem ter concentrações muito elevadas destas substâncias. Elas também são transferidas de mãe para filho, através da placenta e pelo leite materno. O leite materno continua sendo, sem dúvida, a melhor alimentação para a criança, por isso, a melhor forma de reduzir a exposição é mediante a redução da concentração de dioxinas no ambiente.
Para lutar contra a contaminação por dioxinas, mais de 150 países acataram os termos da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs). Os estados que ratificaram a Convenção devem reduzir ou eliminar a liberação de poluentes orgânicos persistentes ao ambiente. As medidas tomadas até a hoje incluem o banimento global de alguns dos praguicidas clorados mais tóxicos e persistentes, mas, como as dioxinas não são produzidas intencionalmente, não podem ser banidas. Pelo contrário, a Convenção determina o uso de Melhores Práticas Ambientais e Melhor Tecnologia Disponível e o controle das dioxinas e outros POPs produzidos não intencionalmente.

Isto inclui controles muito rigorosos das emissões de dioxinas por incineradores. Nenhum dos incineradores de pequena escala, que são comuns nos países de baixa renda, é capaz de atender a esses critérios. Embora todos os incineradores produzam dioxinas, o problema é mais grave quando se queima PVC. Por causa disso, o governo da Índia proíbe a incineração de resíduos de serviços de saúde com PVC e a Organização Mundial da Saúde recomenda evitar o uso do PVC, para reduzir o problema. Em última instância, a única forma de eliminar por completo o problema da emissão de dioxinas a partir da incineração de resíduos de serviços de saúde é por meio do uso de tecnologias
alternativas à incineração.

SSD é o principal colaborador em um projeto realizado em oito países destinado a facilitar a implementação da Convenção de Estocolmo. Financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF - Global Environment Facility) e administrado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o projeto reduzirá a emissão de mercúrio e dioxinas ao ambiente por parte das unidades de saúde.

Obter mais informação sobre
como gerenciar os resíduos de serviços de saúde priorizando o meio ambiente.













A fase de uso do PVC é a que implica o maior risco direto para os pacientes nos hospitais.
Em sua forma pura, o PVC é rígido e quebradiço. Só pode ser utilizado em produtos de consumo mediante a adição de modificadores químicos, muitos dos quais são perigosos. O aditivo mais comum nos insumos médicos de PVC é um flexibilizante ou plastificante denominado di(2-etilhexil) ftalato (DEHP, sigla em inglês). O DEHP pertence a um grupo de substâncias químicas denominadas ftalatos, cujo uso está sendo cada vez mais restringido devido aos seus efeitos tóxicos.















Ftalatos e DEHP
No lar, no trabalho e nos hospitais, as pessoas estão constantemente expostas aos ftalatos, uma família de produtos químicos industriais que são utilizados para tornar o plástico de PVC flexível e também como solvente em cosméticos e outros produtos de consumo.

Segundo estudos realizados em animais, os ftalatos podem afetar o fígado, os rins, os pulmões e os sistemas hormonais e reprodutivos e também afetam os testículos, particularmente durante seu desenvolvimento.

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Os insumos médicos fabricados com PVC flexível, tais como bolsas de infusão e cateteres intravenosos, podem conter mais de 50% de um ftalato denominado di(2-etilhexil) ftalato (DEHP, sigla em inglês), o qual pode migrar destes produtos para o organismo do paciente. Os pacientes mais vulneráveis, bebês internados em unidades de terapia intensiva neonatal, recebem as maiores doses.
Os médicos da Escola de Saúde Pública de Harvard descobriram que os lactantes internados em terapia intensiva, tratados com vários insumos médicos com DEHP tinham cinco vezes mais resíduos de DEHP no sangue que aqueles que não foram tratados com estes produtos. Outro estudo revelou que os bebês em UTIs neonatais dos Estados Unidos têm sete vezes mais resíduos de DEHP no sangue que o comum nos adultos.
Cientistas estão publicando as primeiras correlações entre a exposição e os efeitos nos bebês. Um estudo encontrou uma relação entre a exposição pré-natal a ftalatos e alterações nos órgãos reprodutivos das crianças do sexo masculino; outro relacionou a menor quantidade de hormônios sexuais em bebês do sexo masculino com elevadas concentrações de ftalatos no leite materno.
Organismos governamentais das Filipinas, União Européia, EUA, Alemanha e Canadá reconhecem atualmente que a exposição ao DEHP, a partir de insumos médicos constitui um perigo potencial. A maior preocupação concentra-se nos bebês do sexo masculino recém-nascidos e por nascer, mas também existe certa preocupação com meninos cujas mães se submetem a tratamento médico durante a gravidez ou no período em que amamentam, lactantes do sexo masculino maiores de um ano de idade e bebês do sexo masculino cujas mães estão expostas ao DEHP por outras vias não médicas.
No dia 28 de outubro de 2008, o DEHP foi acrescentado à lista da União Européia de Substâncias Altamente Preocupantes devido a sua toxicidade para o sistema reprodutivo. A nova legislação da UE estabelece que, a partir do ano de 2010, todos os insumos médicos que contenham ftalatos deverão ser rotulados, de maneira que os médicos e enfermeiros possam tomar decisões com base na informação a respeito dos produtos que utilizam.

Nos Estados Unidos, a Agência Nacional de Drogas e Alimentos de (FDA – Food and Drug Adminstration) emitiu uma Notificação de Saúde Pública em que orienta os profissionais da saúde a utilizar alternativas aos insumos que contêm DEHP para certos pacientes vulneráveis. No Canadá, um grupo assessor de especialistas do Departamento de Saúde recomendou que os profissionais da saúde não utilizassem produtos que contenham DEHP para o tratamento de mulheres grávidas, mulheres amamentando, crianças do sexo masculino antes da puberdade e pacientes submetidos à hemodiálise bypass cardíaco ou cirurgia de transplante de coração.
Saúde Sem Dano está trabalhando conjuntamente com profissionais da saúde e fabricantes de insumos médicos com o objetivo de identificar os produtos que contêm DEHP e substituí-los por alternativas mais seguras e acessíveis. A quantidade de alternativas aumenta constantemente e são oferecidas pelos fabricantes em cada vez mais regiões do mundo. Assim como nos insumos médico-hospitalares, o PVC também pode estar presente em materiais de construção, mobiliário e produtos de escritório. Sua substituição nestes produtos também contribui para reduzir sua carga total sobre o meio ambiente.

Mesmo fora dos serviços de saúde, as pessoas estão expostas ao DEHP e outros ftalatos por múltiplas fontes, tais como produtos de beleza, brinquedos de PVC, cortinas de chuveiro de vinil, bancos para automóveis, papeis de parede e muitos outros produtos de consumo. SSD compilou um
relatório completo, disponível em inglês, sobre os riscos relacionados com a exposição aos ftalatos.









O DEHP pode migrar diretamente para o corpo do paciente a partir de produtos tais como os cateteres intravenosos, por exemplo. Atualmente as associações médicas e organismos governamentais de diversos países admitem a existência de riscos, especialmente para os pacientes mais vulneráveis, e propõem substituir os produtos que contêm PVC e DEHP por suas alternativas.















Alternativas Livres de PVC
Existem alternativas livres de PVC e livres de DEHP para quase todos os usos do PVC no âmbito da saúde, o que inclui insumos médicos, materiais de escritório, materiais da construção e mobiliários.
Existem basicamente dois tipos de alternativas para o PVC que contém DEHP: produtos sem PVC e produtos com PVC flexibilizado com outro agente plastificante.

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Como os plastificantes não são quimicamente ligados ao PVC, todos têm a possibilidade de migrar dos produtos que os contêm. Embora existam menos evidências dos danos provocados por alguns dos plastificantes mais recentes, isto pode ser parcialmente atribuído à menor quantidade de pesquisas sobre sua toxicidade. Evitar a exposição desnecessária aos produtos químicos é sempre a opção mais segura, portanto, sempre que possível, deve-se selecionar produtos livres de PVC. Evitar o PVC também significa reduzir o impacto nos trabalhadores, no meio ambiente e na comunidade causados pela fabricação e disposição deste material.
Alternativas às luvas e bolsas para soluções intravenosas (soro fisiológico, etc.) de PVC são provavelmente as mais amplamente disponíveis e econômicas. Com respeito às luvas, as opções mais comuns são o látex e a nitrila. As bolsas de polietileno (HDPE, sigla em inglês) para solução intravenosa são econômicas e efetivas e podem ser recicladas, quando há instalações apropriadas. Estas alternativas podem ser encontradas a preços competitivos em quase todo o mundo.
Cateteres e outros produtos flexíveis sem PVC usualmente são feitos de silicone. Outros materiais alternativos incluem o Acetato de Vinil Etileno (EVA - ethylene vinyl acetate), poliéster, vários elastômeros e certos poliuretanos.
Os cateteres e bolsas de sangue livres de PVC podem ser mais difíceis de encontrar fora da Europa e Estados Unidos. Nessas regiões há alternativas para todos os produtos, exceto para um, bolsas para glóbulos vermelhos concentrados. As bolsas livres de PVC são tecnicamente competitivas com as bolsas de PVC. Os cateteres livres de PVC ou livres de DEHP estão disponíveis no mercado para a maioria das aplicações médicas.
Além dos insumos médico-hospitalares, os produtos para a construção e para mobiliários livres de PVC estão amplamente disponíveis no mercado, geralmente a preços competitivos. As cortinas de chuveiro e capas para colchões, livres de PVC constituem um exemplo simples disso. Os materiais para a construção, para mobiliários e móveis representam aproximadamente 75% de todos os usos de PVC.

SSD compilou listas de alternativas ao PVC e ao DEHP para produtos médicos e outros produtos na Europa e Estados Unidos. Por causa da preocupação específica quanto ao risco para os recém-nascidos se elaborou uma lista especial de produtos livres de PVC e DEHP para as unidades de terapia intensiva neonatal.

Os fabricantes podem nos informar sobre novos produtos enviando um
email.


















Um número cada vez maior de hospitais, sistemas de saúde, comunidades e fabricantes de todo o mundo estão reduzindo o uso de PVC e DEHP. Europa, Estados Unidos e Japão lideram este movimento, mas também existem iniciativas incipientes nos países em desenvolvimento, o que demonstra uma tendência crescente nesses países.

Encontramos exemplos como a Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital Rivadavia, em Buenos Aires, Argentina, que substituiu a maioria dos insumos que contêm DEHP por alternativas de silicone. Também na Argentina, o Ministério da Saúde proibiu o uso de ftalatos nos mordedores e artigos de puericultura.

O PVC é reciclado em muito poucos casos. Em geral, é incinerado ou disposto em aterros. Sempre que se queimam resíduos contendo cloro, produzem-se dioxinas. Nos EUA, na década de 90, os incineradores de resíduos hospitalares produziam 40% da totalidade das dioxinas liberadas no ambiente. Atualmente, este país utiliza tecnologias alternativas à incineração para a maior parte de seus resíduos de serviços de saúde.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que não se queimem os resíduos de serviços de saúde que contenham PVC e a Índia proíbe essa prática.

Para ler mais sobre de formas ambientalmente racionais de dispor os resíduos de serviços de saúde (RSS), viste nossa página de
resíduos de serviços de saúde.




Retardantes de Chama
O problema
Com o objetivo de cumprir com as normas de segurança contra incêndios, substâncias químicas que atuam como retardantes de chama são acrescentadas à uma ampla gama de produtos, tais como bombas de infusão venosa, TVs, computadores, camas hospitalares, cadeiras para as salas de espera e cortinas para os consultórios. Infelizmente muitas destas substâncias químicas retardantes de chama não permanecem fixas no produto que as contém, sendo lentamente liberadas para o ar, para as partículas de pó e água, e terminam ingressando nos alimentos e em nossos organismos.

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Existem evidências de que um subconjunto destas substâncias químicas conhecidas como "retardantes de chama bromados" (BFRs, do inglês: Brominated Flame Retardants) são propensos a se acumular no organismo humano, produzindo efeitos adversos na saúde das crianças.

Saúde Sem Dano está trabalhando com as instituições de assistência à saúde com o objetivo de identificar os produtos que contenham retardantes de chama bromados e, sempre que possível, substituí-los por alternativas mais seguras.





Equipamentos Eletrônicos
O problema
Os computadores, os TVs, os analisadores de laboratório, os monitores e outros tipos de equipamentos empregados nos hospitais diariamente contêm muitos compostos perigosos (desde chumbo no tubo de raios catódicos dos monitores até plásticos clorados nos cabos, retardadores de chama bromados em circuitos impressos e mercúrio nas telas de LCD). As substâncias perigosas que estão nos equipamentos eletrônicos foram relacionadas com problemas de saúde como câncer, malformações congênitas e alterações endócrinas.
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A disposição inapropriada de aparelhos eletrônicos representa uma ameaça para a saúde pública e para o ambiente. Quando se incineram ou se depositam em lixeiros ou lixões, os aparelhos eletrônicos podem liberar no ambiente, substâncias perigosas que terminam contaminando a água subterrânea e o ar.
É altamente preocupante também, a existência de exportações destes aparelhos usados para seu desmantelamento nos países em desenvolvimento, que estão ainda menos preparados para manejar estas substâncias tóxicas. Em muitos casos, as exportações violam o direto internacional, assim como legislações domésticas dos países importadores.
Se os hospitais prestam atenção aos produtos que compram e da maneira em que são descartados os equipamentos eletrônicos, podem diminuir seu impacto ambiental. Isto ocorre de diversas maneiras. Veja mais informação, em inglês, sobre este problema.
Praguicidas e Limpadores
O problema
Apesar de seu papel de promotores da saúde, os hospitais e outras instituições da saúde utilizam um número surpreendente de produtos químicos muito tóxicos nos seus estabelecimentos, incluindo praguicidas, limpadores, desinfetantes e fragrâncias químicas. Estes compostos orgânicos voláteis (COVs) contribuem para uma má qualidade do ar interior, e estão associados a uma grande quantidade de problemas de saúde.

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A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos estima que a contaminação do ar interior é um dos cinco principais riscos para a saúde pública, causando potencialmente irritação nos olhos, nariz e garganta, dor de cabeça, perda de coordenação, náuseas, câncer, e danos no fígado, nos rins e no sistema nervoso central.
Os pacientes são particularmente vulneráveis as ameaças da qualidade do ar interior já que muitos deles têm comprometido seu sistema respiratório, neurológico ou imunológico e/ou tem sensibilidade maior aos químicos. Foi identificado também um preocupante aumento no número de problemas respiratórios entre os trabalhadores da saúde.
A boa notícia é que os estabelecimentos de saúde podem ter um manejo apropriado de pragas e promover um ambiente sanitário limpo, sem o uso de praguicidas, produtos de limpeza, desinfetantes ou fragrâncias químicas tóxicas. Existem métodos mais seguros e efetivos para o controle de pragas e para higienizar ou desinfetar sem prejudicar a saúde dos trabalhadores, dos pacientes e do público. O uso de produtos de limpeza mais seguros e métodos de desinfecção menos tóxicos, a adaptação de um programa integrado para o manejo de pragas e de uma política livre de fragrâncias melhora a qualidade do ar interior e favorece a saúde.



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