Substâncias químicas
O problema
·
Mercúrio
Na vida
cotidiana, a habitual exposição a substâncias químicas tóxicas tem se
convertido, cada vez mais, em uma preocupação para a saúde. Infelizmente,
muitos dos produtos utilizados na assistência à saúde contribuem para gerar
exposições perigosas. Entre eles destacan-se os produtos de limpeza e
desinfetantes, os os insumos clínicos contendo ftalatos, os diversos objetos
que contém retardantes de fogo, o formaldeído usado nos serviços de anatomia e
também presente nos móveis, e os solventes usados nos laboratórios, entre
outros.
Cada vez
mais pesquisas científicas elevam o nível de preocupação acerca dos efeitos na
saúde causados pela exposição crônica às substâncias químicas. Atualmente
sabe-se que:
·
Certas substâncias
químicas, ainda
que em pequenas doses, podem provocar doenças ao interferir com o
desenvolvimento sexual, alterar o sistema hormonal e causar câncer.
·
As
crianças e os bebês no ventre materno são especialmente vulneráveis.
·
No leite
materno e no sangue do cordão umbilical entre o feto e a mãe podem ser
encontrados centenas de produtos químicos sintéticos.
·
No
organismo humano, as substâncias químicas podem comportar-se como substâncias
ativas, perturbando os sistemas, mesmo que a baixos níveis de exposição e,
potencialmente, causando ainda maior dano quando combinados.
Nas
sociedades industrializadas, o aumento do uso de substâncias químicas foi
acompanhado pelo aumento das doenças a elas relacionadas, entre as quais
inclui-se câncer, asma, defeitos congênitos, deficiências geradas durante o
desenvolvimento, autismo, endometriose e infertilidade.
É cada vez maior a evidência científica que vincula parcialmente a incidência destas doenças com a exposição à substâncias tóxicas.
Por que
Necessitamos de Novas Políticas sobre Substâncias Químicas?
Resolver
o problema das substâncias químicas de modo individual, produto por produto,
demonstrou ser insuficiente. Muitos programas de compras que priorizam o meio
ambiente e campanhas ambientais definem certas substâncias químicas como causa
de preocupação e buscam sua redução. Porém, as substâncias perigosas seguem
existindo no mercado pelos seguintes motivos:
·
Os
fabricantes mudam o uso de uma substância química sobre a qual se chama
atenção, substituindo-a por outra não experimentada nem catalogada, que não
resulta ser necessariamente preferível;
·
A
abordagem individual, produto por produto, é muito cara e lenta; e
·
Quando o
governo não exige que os fabricantes realizem testes de toxicidade, o ônus de
financiar os testes e o monitoramento ambiental das substâncias químicas que
existem no mercado recai sobre os cidadãos, o que retarda ainda mais a mudança.
As instituições
de saúde têm especial responsabilidade ética de usar substâncias químicas que
representem menor risco para a saúde humana. Uma quantidade cada vez maior de
hospitais opta por priorizar a segurança para não ter que se lamentar depois,
eliminando substâncias químicas suspeitas de serem perigosas e adotando
alternativas mais seguras. Afinal de contas, os benefícios desta abordagem
incluem menores custos de disposição, menor responsabilidade civil e melhor
saúde para os funcionários.
À medida que as instituições de saúde e outros setores importantes enfrentam esses problemas, as indústrias líderes compreendem a importância que reveste esta questão.
À medida que as instituições de saúde e outros setores importantes enfrentam esses problemas, as indústrias líderes compreendem a importância que reveste esta questão.
Nas
instituições do cuidado da saúde, assim como em outras instituições utiliza-se
um surpreendente número de materiais altamente tóxicos. Estes materiais
produzem efeitos adversos nos pacientes, trabalhadores e na população em geral.
Muitos destes tóxicos estão definidos e regulados por leis nacionais, estaduais ou locais. Outros são usados diariamente sem contar com nenhum tipo de regulação. Entre eles podem ser encontrados compostos carcinógenos, materiais corrosivos, irritantes ou que emitem outros tóxicos ao ambiente, no transcurso de sua produção, uso, armazenamento, transporte ou disposição.
Através das seguintes seções você poderá ter acesso a mais informação sobre alguns dos tóxicos presentes no setor do cuidado da saúde:
·
Mercúrio
Mercúrio
No Setor de Saúde
O problema
A contaminação por mercúrio representa um grave
problema para a saúde pública e ambiental, que causa uma variedade de efeitos
negativos em todo o mundo.
Nos estabelecimentos de saúde, o mercúrio pode ser
liberado no ambiente pelos termômetros, esfigmomanômetros, dispositivos
gastrintestinais e outros produtos médicos que o contém. O mercúrio também pode
estar presente em fixadores, conservantes, químicos de laboratório, limpadores
e outros produtos de uso médico e quando são descartados como resíduos
contribuem para a contaminação do meio ambiente. Alem disso, muitos produtos
empregados na construção como termostatos, indicadores de pressão e
interruptores também contêm mercúrio.
Felizmente, existem alternativas que são seguras e de custo acessível para quase todos os usos do mercúrio no cuidado à saúde.
Felizmente, existem alternativas que são seguras e de custo acessível para quase todos os usos do mercúrio no cuidado à saúde.
Os derramamentos de mercúrio em hospitais, clínicas e laboratórios expõem os médicos, enfermeiros, pacientes e outros trabalhadores da saúde ao mercúrio elementar. À temperatura ambiente, o mercúrio elementar líquido pode se transformar em gás, em quantidades significativas, expondo os trabalhadores ou pacientes do lugar a níveis potencialmente altos do metal.
Se for descartado entre os resíduos comuns, o
mercúrio cedo ou tarde chegará ao meio ambiente onde os organismos que vivem
nos rios, lagos ou no solo úmido podem transformá-lo em mercúrio orgânico
altamente tóxico. Este tipo de mercúrio é capaz de causar danos ao sistema
nervoso mesmo em níveis extraordinariamente baixos e, por ser persiste,
acumula-se em animais, peixes e no meio ambiente em geral.
A assistência à saúde é uma importante fonte de
poluição por mercúrio. Por exemplo, o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (PNUMA) incluiu vários produtos e atividades relacionadas ao cuidado à
saúde entre as "fontes importantes de emissões antrópicas" de
mercúrio. Estas fontes incluem lâmpadas fluorescentes, manômetros, termômetros
e outros instrumentos; amalgamas dentais; tratamento de resíduos e incineração
de produtos que contêm mercúrio; aterros de resíduos; e cremação.
Entre as outras fontes conhecidas de poluição por mercúrio encontram-se as emissões das usinas de energia que utilizam carvão como combustível e das fábricas de cloro soda que empregam células de mercúrio, assim como a mineração de ouro em escala artesanal e industrial.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o PNUMA entendem que a contaminação por mercúrio provoca graves efeitos sobre o meio ambiente e a saúde a nível global. O Conselho de Administração do PNUMA, que representa todos os países Membros da Organização das Nações Unidas, colocou entre suas prioridades a nível global, a redução da acumulação de metilmercúrio no meio ambiente.
Entre as outras fontes conhecidas de poluição por mercúrio encontram-se as emissões das usinas de energia que utilizam carvão como combustível e das fábricas de cloro soda que empregam células de mercúrio, assim como a mineração de ouro em escala artesanal e industrial.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o PNUMA entendem que a contaminação por mercúrio provoca graves efeitos sobre o meio ambiente e a saúde a nível global. O Conselho de Administração do PNUMA, que representa todos os países Membros da Organização das Nações Unidas, colocou entre suas prioridades a nível global, a redução da acumulação de metilmercúrio no meio ambiente.
A OMS e Saúde sem Dano (SSD) lançaram uma Campanha Global para eliminar, em 10 anos, o uso de mercúrio no setor saúde.
PVC, ftalatos e dioxinas
O problema
O PVC
(cloreto de polivinila), um tipo de plástico muito utilizado nos produtos
médico-hospitalares, pode ser perigoso aos pacientes, ao meio ambiente e à
saúde pública. Como resultado disso, há uma tendência crescente em buscar
alternativas ao PVC para os insumos médico-hospitalares e outros produtos,
entre eles certos materiais
para a construção.
Edifícios Saudáveis
O problema
Durante todo seu ciclo de vida, os materiais de
construção podem liberar substâncias químicas tóxicas, ameaçando a saúde dos
moradores e da comunidade, nos lugares onde se fabricam os materiais, se
utilizam e também onde são jogados fora. A preocupação quanto ao impacto na
saúde produzido pelos edifícios é consistente com o valor essencial dos
profissionais da saúde — primeiro não prejudicar.
Imagine se os centros de tratamento de câncer
fossem construídos sem materiais que provoquem câncer; se as clínicas
pediátricas fossem construídas sem empregar materiais que desencadeiem asma; se
os hospitais oferecessem alimentos saudáveis...
O que se havia imaginado está se tornando realidade à medida que algumas instituições de saúde do mundo estão construindo hospitais saudáveis. O Guia Verde para a Assistência à Saúde (disponível somente em inglês) é um importante recurso que está sendo empregando na construção de hospitais saudáveis para as pessoas e para o ambiente.
Um ponto importante no desenho e na construção de um edifício saudável é a utilização de materiais saudáveis, incluindo aqueles materiais sem PVC, som formaldeído e sem ou com a menor quantidade possível de compostos orgânicos voláteis (COV). Os materiais saudáveis são aqueles que são fáceis e seguros para reutilizar, são recicláveis ou biodegradáveis.
São numerosos os benefícios da implementação de edifícios verdes nas instituições da saúde. Uma abordagem integrada pode, entre outras coisas, reduzir os custos no consumo de eletricidade: a luz natural e uma qualidade de ar interior saudável podem melhorar a produtividade, manter o pessoal e melhorar os resultados com os pacientes; uma seleção cuidadosa dos materiais para acabamentos de interiores pode reduzir o trabalho na limpeza e os custos de manutenção.
O que se havia imaginado está se tornando realidade à medida que algumas instituições de saúde do mundo estão construindo hospitais saudáveis. O Guia Verde para a Assistência à Saúde (disponível somente em inglês) é um importante recurso que está sendo empregando na construção de hospitais saudáveis para as pessoas e para o ambiente.
Um ponto importante no desenho e na construção de um edifício saudável é a utilização de materiais saudáveis, incluindo aqueles materiais sem PVC, som formaldeído e sem ou com a menor quantidade possível de compostos orgânicos voláteis (COV). Os materiais saudáveis são aqueles que são fáceis e seguros para reutilizar, são recicláveis ou biodegradáveis.
São numerosos os benefícios da implementação de edifícios verdes nas instituições da saúde. Uma abordagem integrada pode, entre outras coisas, reduzir os custos no consumo de eletricidade: a luz natural e uma qualidade de ar interior saudável podem melhorar a produtividade, manter o pessoal e melhorar os resultados com os pacientes; uma seleção cuidadosa dos materiais para acabamentos de interiores pode reduzir o trabalho na limpeza e os custos de manutenção.
Saúde sem Dano, junto com a Rede de Edifícios Saudáveis, está colaborando com os
sistemas do cuidado da saúde para promover o uso de materiais, desenhos,
práticas de construção e funcionamento mais saudáveis, como forma de melhorar a
saúde pública e contribuir com a proteção do ambiente. Maiores
informações sobre
este tema, em inglês.
O PVC contém substâncias químicas tóxicas e gera
impactos ambientais negativos durante a sua produção, uso e disposição.
A fabricação de PVC demanda grandes quantidades de
cloro. Por sua vez, a fabricação de cloro consome muita energia. Em algumas
fábricas são usadas substâncias tóxicas como mercúrio ou amianto na produção de
cloro. Uma vez obtido o cloro, a etapa seguinte consiste na produção de
dicloroetileno, seguido de cloreto de vinil, a base do PVC. Estes processos
geram dioxinas, substâncias altamente tóxicas
que constituem um dos contaminantes orgânicos mais persistentes conhecidos pela
ciência. Está demonstrado que, tanto o cloreto de vinil, como as dioxinas são
comprovadamente carcinogênicas para os seres humanos.
Dioxinas: Um Subproduto
Perigoso
O termo "dioxina" refere-se a um grupo de
contaminantes orgânicos persistentes que estão entre as substâncias químicas
mais tóxicas conhecidas atualmente.
As dioxinas são produzidas pela incineração, durante a fabricação de produtos químicos clorados, especialmente o PVC, e em outros processos que utilizam cloro, tais como o branqueamento do papel. Na década de 90, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA- Environmental Protection Agency) descobriu que nesse país, cerca de 40% das emissões de dioxinas na atmosfera provinham da incineração de resíduos de serviços de saúde. Uma das causas mais importantes era a grande proporção de PVC presente neste tipo de resíduo. O cloro contido no PVC é um ingrediente fundamental para a formação de dioxinas.
As dioxinas são produzidas pela incineração, durante a fabricação de produtos químicos clorados, especialmente o PVC, e em outros processos que utilizam cloro, tais como o branqueamento do papel. Na década de 90, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA- Environmental Protection Agency) descobriu que nesse país, cerca de 40% das emissões de dioxinas na atmosfera provinham da incineração de resíduos de serviços de saúde. Uma das causas mais importantes era a grande proporção de PVC presente neste tipo de resíduo. O cloro contido no PVC é um ingrediente fundamental para a formação de dioxinas.
Uma vez que existem literalmente centenas de tipos
de dioxinas, a maior parte da pesquisa em laboratórios se concentra na dioxina
mais tóxica, a 2,3,7,8-TCDD, a qual é classificada como reconhecidamente
cancerígena para humanos, tanto pela Agência Internacional de Pesquisas do
Câncer (IARC - International Agency for Research on Cancer) quanto pelo
Departamento de Saúde dos Estados Unidos. As dixinas também afetam o sistema
imunológico, o sistema reprodutivo, o crescimento, o sistema hormonal e causam
problemas de saúde como a diabetes, entre outros.
As dioxinas podem permanecer no ambiente durante
milhares de anos e podem ser transportados por todo o planeta por via aérea ou
aquática. Dissolvem-se em gordura e, como o corpo as elimina muito lentamente,
acumulam-se na cadeia alimentar. Como consequência, os predadores superiores, o
que inclui os seres humanos, podem ter concentrações muito elevadas destas
substâncias. Elas também são transferidas de mãe para filho, através da
placenta e pelo leite materno. O leite materno continua sendo, sem dúvida, a
melhor alimentação para a criança, por isso, a melhor forma de reduzir a
exposição é mediante a redução da concentração de dioxinas no ambiente.
Para lutar contra a contaminação por dioxinas, mais
de 150 países acataram os termos da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes
Orgânicos Persistentes (POPs). Os estados que ratificaram a Convenção devem
reduzir ou eliminar a liberação de poluentes orgânicos persistentes ao
ambiente. As medidas tomadas até a hoje incluem o banimento global de alguns
dos praguicidas clorados mais tóxicos e persistentes, mas, como as dioxinas não
são produzidas intencionalmente, não podem ser banidas. Pelo contrário, a
Convenção determina o uso de Melhores Práticas Ambientais e Melhor Tecnologia
Disponível e o controle das dioxinas e outros POPs produzidos não
intencionalmente.
Isto inclui controles muito rigorosos das emissões de dioxinas por incineradores. Nenhum dos incineradores de pequena escala, que são comuns nos países de baixa renda, é capaz de atender a esses critérios. Embora todos os incineradores produzam dioxinas, o problema é mais grave quando se queima PVC. Por causa disso, o governo da Índia proíbe a incineração de resíduos de serviços de saúde com PVC e a Organização Mundial da Saúde recomenda evitar o uso do PVC, para reduzir o problema. Em última instância, a única forma de eliminar por completo o problema da emissão de dioxinas a partir da incineração de resíduos de serviços de saúde é por meio do uso de tecnologias alternativas à incineração.
Isto inclui controles muito rigorosos das emissões de dioxinas por incineradores. Nenhum dos incineradores de pequena escala, que são comuns nos países de baixa renda, é capaz de atender a esses critérios. Embora todos os incineradores produzam dioxinas, o problema é mais grave quando se queima PVC. Por causa disso, o governo da Índia proíbe a incineração de resíduos de serviços de saúde com PVC e a Organização Mundial da Saúde recomenda evitar o uso do PVC, para reduzir o problema. Em última instância, a única forma de eliminar por completo o problema da emissão de dioxinas a partir da incineração de resíduos de serviços de saúde é por meio do uso de tecnologias alternativas à incineração.
SSD é o principal colaborador em um projeto realizado em oito países destinado a facilitar a implementação da Convenção de Estocolmo. Financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF - Global Environment Facility) e administrado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o projeto reduzirá a emissão de mercúrio e dioxinas ao ambiente por parte das unidades de saúde.
Obter mais informação sobre como gerenciar os resíduos de serviços de saúde priorizando o meio ambiente.
A fase de uso do PVC é a que implica o maior risco
direto para os pacientes nos hospitais.
Em sua forma pura, o PVC é rígido e quebradiço. Só
pode ser utilizado em produtos de consumo mediante a adição de modificadores
químicos, muitos dos quais são perigosos. O aditivo mais comum nos insumos
médicos de PVC é um flexibilizante ou plastificante denominado di(2-etilhexil)
ftalato (DEHP, sigla em inglês). O DEHP pertence a um grupo de substâncias
químicas denominadas ftalatos, cujo uso está sendo cada vez
mais restringido devido aos seus efeitos tóxicos.
Ftalatos e DEHP
No lar,
no trabalho e nos hospitais, as pessoas estão constantemente expostas aos
ftalatos, uma família de produtos químicos industriais que são utilizados para
tornar o plástico de PVC flexível e também como solvente em cosméticos e outros
produtos de consumo.
Segundo estudos realizados em animais, os ftalatos podem afetar o fígado, os rins, os pulmões e os sistemas hormonais e reprodutivos e também afetam os testículos, particularmente durante seu desenvolvimento.
Segundo estudos realizados em animais, os ftalatos podem afetar o fígado, os rins, os pulmões e os sistemas hormonais e reprodutivos e também afetam os testículos, particularmente durante seu desenvolvimento.
Os insumos médicos fabricados com PVC flexível,
tais como bolsas de infusão e cateteres intravenosos, podem conter mais de 50%
de um ftalato denominado di(2-etilhexil) ftalato (DEHP, sigla em inglês), o
qual pode migrar destes produtos para o organismo do paciente. Os pacientes
mais vulneráveis, bebês internados em unidades de terapia intensiva neonatal,
recebem as maiores doses.
Os médicos da Escola de Saúde Pública de Harvard
descobriram que os lactantes internados em terapia intensiva, tratados com
vários insumos médicos com DEHP tinham cinco vezes mais resíduos de DEHP no
sangue que aqueles que não foram tratados com estes produtos. Outro estudo revelou que os bebês em UTIs neonatais
dos Estados Unidos têm sete vezes mais resíduos de DEHP no sangue que o comum
nos adultos.
Cientistas estão publicando as primeiras
correlações entre a exposição e os efeitos nos bebês. Um estudo encontrou uma relação entre a
exposição pré-natal a ftalatos e alterações nos órgãos reprodutivos das
crianças do sexo masculino; outro relacionou a menor quantidade de hormônios
sexuais em bebês do sexo masculino com elevadas concentrações de ftalatos no
leite materno.
Organismos governamentais das Filipinas, União
Européia, EUA, Alemanha e Canadá reconhecem atualmente que a exposição ao DEHP,
a partir de insumos médicos constitui um perigo potencial. A maior
preocupação concentra-se nos bebês do sexo masculino recém-nascidos e por nascer,
mas também existe certa preocupação com meninos cujas mães se submetem a
tratamento médico durante a gravidez ou no período em que amamentam, lactantes
do sexo masculino maiores de um ano de idade e bebês do sexo masculino cujas
mães estão expostas ao DEHP por outras vias não médicas.
No dia 28 de outubro de 2008, o DEHP foi
acrescentado à lista da União
Européia de Substâncias Altamente Preocupantes devido a sua toxicidade para o
sistema reprodutivo. A nova legislação da UE estabelece que, a partir do ano de
2010, todos os insumos médicos que contenham ftalatos deverão ser rotulados, de
maneira que os médicos e enfermeiros possam tomar decisões com base na
informação a respeito dos produtos que utilizam.
Nos Estados Unidos, a Agência Nacional de Drogas e Alimentos de (FDA – Food and Drug Adminstration) emitiu uma Notificação de Saúde Pública em que orienta os profissionais da saúde a utilizar alternativas aos insumos que contêm DEHP para certos pacientes vulneráveis. No Canadá, um grupo assessor de especialistas do Departamento de Saúde recomendou que os profissionais da saúde não utilizassem produtos que contenham DEHP para o tratamento de mulheres grávidas, mulheres amamentando, crianças do sexo masculino antes da puberdade e pacientes submetidos à hemodiálise bypass cardíaco ou cirurgia de transplante de coração.
Nos Estados Unidos, a Agência Nacional de Drogas e Alimentos de (FDA – Food and Drug Adminstration) emitiu uma Notificação de Saúde Pública em que orienta os profissionais da saúde a utilizar alternativas aos insumos que contêm DEHP para certos pacientes vulneráveis. No Canadá, um grupo assessor de especialistas do Departamento de Saúde recomendou que os profissionais da saúde não utilizassem produtos que contenham DEHP para o tratamento de mulheres grávidas, mulheres amamentando, crianças do sexo masculino antes da puberdade e pacientes submetidos à hemodiálise bypass cardíaco ou cirurgia de transplante de coração.
Saúde Sem Dano está trabalhando conjuntamente com
profissionais da saúde e fabricantes de insumos médicos com o objetivo de
identificar os produtos que contêm DEHP e substituí-los por alternativas mais seguras e acessíveis. A quantidade de alternativas
aumenta constantemente e são oferecidas pelos fabricantes em cada vez mais
regiões do mundo. Assim como nos insumos médico-hospitalares, o PVC também pode
estar presente em materiais de construção, mobiliário e produtos de escritório.
Sua substituição nestes produtos também contribui para reduzir sua carga total
sobre o meio ambiente.
Mesmo fora dos serviços de saúde, as pessoas estão expostas ao DEHP e outros ftalatos por múltiplas fontes, tais como produtos de beleza, brinquedos de PVC, cortinas de chuveiro de vinil, bancos para automóveis, papeis de parede e muitos outros produtos de consumo. SSD compilou um relatório completo, disponível em inglês, sobre os riscos relacionados com a exposição aos ftalatos.
Mesmo fora dos serviços de saúde, as pessoas estão expostas ao DEHP e outros ftalatos por múltiplas fontes, tais como produtos de beleza, brinquedos de PVC, cortinas de chuveiro de vinil, bancos para automóveis, papeis de parede e muitos outros produtos de consumo. SSD compilou um relatório completo, disponível em inglês, sobre os riscos relacionados com a exposição aos ftalatos.
O DEHP pode migrar diretamente para o corpo do
paciente a partir de produtos tais como os cateteres intravenosos, por exemplo.
Atualmente as associações médicas e organismos governamentais de diversos
países admitem a existência de riscos, especialmente para os pacientes mais
vulneráveis, e propõem substituir os produtos que contêm PVC e DEHP por suas alternativas.
Alternativas Livres de PVC
Existem alternativas livres de PVC e livres de DEHP
para quase todos os usos do PVC no âmbito da saúde, o que inclui insumos
médicos, materiais de escritório, materiais da construção e mobiliários.
Existem basicamente dois tipos de alternativas para
o PVC que contém DEHP: produtos sem PVC e produtos com PVC flexibilizado com
outro agente plastificante.
Como os plastificantes não são quimicamente ligados
ao PVC, todos têm a possibilidade de migrar dos produtos que os contêm. Embora
existam menos evidências dos danos provocados por alguns dos plastificantes
mais recentes, isto pode ser parcialmente atribuído à menor quantidade de
pesquisas sobre sua toxicidade. Evitar a exposição desnecessária aos produtos
químicos é sempre a opção mais segura, portanto, sempre que possível, deve-se
selecionar produtos livres de PVC. Evitar o PVC também significa reduzir o
impacto nos trabalhadores, no meio ambiente e na comunidade causados pela
fabricação e disposição deste material.
Alternativas às luvas e bolsas para soluções
intravenosas (soro fisiológico, etc.) de PVC são provavelmente as mais
amplamente disponíveis e econômicas. Com respeito às luvas, as opções mais
comuns são o látex e a nitrila. As bolsas de polietileno (HDPE, sigla em
inglês) para solução intravenosa são econômicas e efetivas e podem ser
recicladas, quando há instalações apropriadas. Estas alternativas podem ser
encontradas a preços competitivos em quase todo o mundo.
Cateteres e outros produtos flexíveis sem PVC
usualmente são feitos de silicone. Outros materiais alternativos incluem o
Acetato de Vinil Etileno (EVA - ethylene vinyl acetate), poliéster, vários
elastômeros e certos poliuretanos.
Os cateteres e bolsas de sangue livres de PVC podem
ser mais difíceis de encontrar fora da Europa e Estados Unidos. Nessas regiões
há alternativas para todos os produtos, exceto para um, bolsas para glóbulos
vermelhos concentrados. As bolsas livres de PVC são tecnicamente competitivas
com as bolsas de PVC. Os cateteres livres de PVC ou livres de DEHP estão
disponíveis no mercado para a maioria das aplicações médicas.
Além dos insumos médico-hospitalares, os produtos
para a construção e para mobiliários livres de PVC estão amplamente disponíveis
no mercado, geralmente a preços competitivos. As cortinas de chuveiro e capas
para colchões, livres de PVC constituem um exemplo simples disso. Os materiais
para a construção, para mobiliários e móveis representam aproximadamente 75% de
todos os usos de PVC.
SSD compilou listas de alternativas ao PVC e ao DEHP para produtos médicos e outros produtos na Europa e Estados Unidos. Por causa da preocupação específica quanto ao risco para os recém-nascidos se elaborou uma lista especial de produtos livres de PVC e DEHP para as unidades de terapia intensiva neonatal.
Um número cada vez maior de hospitais, sistemas de
saúde, comunidades e fabricantes de todo o mundo estão reduzindo o uso de PVC
e DEHP. Europa,
Estados Unidos e Japão lideram este movimento, mas também existem iniciativas
incipientes nos países em desenvolvimento, o que demonstra uma tendência
crescente nesses países.
Encontramos exemplos como a Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital Rivadavia, em Buenos Aires, Argentina, que substituiu a maioria dos insumos que contêm DEHP por alternativas de silicone. Também na Argentina, o Ministério da Saúde proibiu o uso de ftalatos nos mordedores e artigos de puericultura.
O PVC é reciclado em muito poucos casos. Em geral, é incinerado ou disposto em aterros. Sempre que se queimam resíduos contendo cloro, produzem-se dioxinas. Nos EUA, na década de 90, os incineradores de resíduos hospitalares produziam 40% da totalidade das dioxinas liberadas no ambiente. Atualmente, este país utiliza tecnologias alternativas à incineração para a maior parte de seus resíduos de serviços de saúde.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que não se queimem os resíduos de serviços de saúde que contenham PVC e a Índia proíbe essa prática.
Para ler mais sobre de formas ambientalmente racionais de dispor os resíduos de serviços de saúde (RSS), viste nossa página de resíduos de serviços de saúde.
Retardantes
de Chama
O problema
Com o objetivo de cumprir com as normas de
segurança contra incêndios, substâncias químicas que atuam como retardantes de
chama são acrescentadas à uma ampla gama de produtos, tais como bombas de
infusão venosa, TVs, computadores, camas hospitalares, cadeiras para as salas
de espera e cortinas para os consultórios. Infelizmente muitas destas
substâncias químicas retardantes de chama não permanecem fixas no produto que
as contém, sendo lentamente liberadas para o ar, para as partículas de pó e
água, e terminam ingressando nos alimentos e em nossos organismos.
Existem evidências de que um subconjunto destas
substâncias químicas conhecidas como "retardantes de chama bromados"
(BFRs, do inglês: Brominated Flame Retardants) são propensos a se acumular no
organismo humano, produzindo efeitos adversos na saúde das crianças.
Saúde Sem Dano está trabalhando com as instituições de assistência à saúde com o objetivo de identificar os produtos que contenham retardantes de chama bromados e, sempre que possível, substituí-los por alternativas mais seguras.
Equipamentos Eletrônicos
O problema
Os computadores, os TVs, os analisadores de
laboratório, os monitores e outros tipos de equipamentos empregados nos
hospitais diariamente contêm muitos compostos perigosos (desde chumbo no tubo
de raios catódicos dos monitores até plásticos clorados nos cabos, retardadores
de chama bromados em circuitos impressos e mercúrio nas telas de LCD). As
substâncias perigosas que estão nos equipamentos eletrônicos foram relacionadas
com problemas de saúde como câncer, malformações congênitas e alterações
endócrinas.
A disposição inapropriada de aparelhos eletrônicos
representa uma ameaça para a saúde pública e para o ambiente. Quando se
incineram ou se depositam em lixeiros ou lixões, os aparelhos eletrônicos podem
liberar no ambiente, substâncias perigosas que terminam contaminando a água
subterrânea e o ar.
É altamente preocupante também, a existência de
exportações destes aparelhos usados para seu desmantelamento nos países em
desenvolvimento, que estão ainda menos preparados para manejar estas
substâncias tóxicas. Em muitos casos, as exportações violam o direto
internacional, assim como legislações domésticas dos países importadores.
Se os hospitais prestam atenção aos produtos que compram
e da maneira em que são descartados os equipamentos eletrônicos, podem diminuir
seu impacto ambiental. Isto ocorre de diversas maneiras. Veja mais informação, em inglês, sobre este problema.
Praguicidas
e Limpadores
O problema
Apesar de seu papel de promotores da saúde, os
hospitais e outras instituições da saúde utilizam um número surpreendente de
produtos químicos muito tóxicos nos seus estabelecimentos, incluindo
praguicidas, limpadores, desinfetantes e fragrâncias químicas. Estes compostos
orgânicos voláteis (COVs) contribuem para uma má qualidade do ar interior, e
estão associados a uma grande quantidade de problemas de saúde.
A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos
estima que a contaminação do ar interior é um dos cinco principais riscos
para a saúde pública, causando potencialmente irritação nos olhos, nariz e
garganta, dor de cabeça, perda de coordenação, náuseas, câncer, e danos no
fígado, nos rins e no sistema nervoso central.
Os pacientes são particularmente vulneráveis as
ameaças da qualidade do ar interior já que muitos deles têm comprometido seu
sistema respiratório, neurológico ou imunológico e/ou tem sensibilidade maior
aos químicos. Foi identificado também um preocupante aumento no número de
problemas respiratórios entre os trabalhadores da saúde.
A boa notícia é que os estabelecimentos de saúde
podem ter um manejo apropriado de pragas e promover um ambiente sanitário
limpo, sem o uso de praguicidas, produtos de limpeza, desinfetantes ou
fragrâncias químicas tóxicas. Existem métodos mais seguros e efetivos para o
controle de pragas e para higienizar ou desinfetar sem prejudicar a saúde dos
trabalhadores, dos pacientes e do público. O uso de produtos de limpeza
mais seguros e métodos de desinfecção menos tóxicos, a adaptação de um programa
integrado para o manejo de pragas e de uma política livre de fragrâncias
melhora a qualidade do ar interior e favorece a saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário