sábado, 30 de novembro de 2013

3 RS ECOLOGICOS

3 Rs ECOLÓGICOS



 


No campo da ecologia ambiental, estaremos afinados com a vanguarda do movimento verde mundial, comprometendo-nos com um trabalho cotidiano de preservação da vida que terá nos três “Rs” ecológicos uma referência fundamental.
O primeiro é o R de redução de consumo, medida fundamental sem a qual não haverá futuro sustentável, uma vez que a Vida não tem condições de repor aquilo que os humanos avidamente  retiram da natureza. Se o consumo de bens materiais for reduzido, a indústria também produzirá menos; desta maneira, cairá o consumo de energia, haverá menor utilização de produtos químicos e de emissão de gazes tóxicos na atmosfera, diminuirá a produção de lixo.
A palavra de ordem redução de consumo precisa ser abraçada, primeiramente e fundamentalmente pelas populações do Norte e as minorias do Sul, pois as maiorias do terceiro mundo necessitam aumentar o consumo de bens essenciais, como alimentos, vestuário, água, energia.
Podemos, na escola, incentivar as crianças a consumirem menos. Podemos aprender e ensiná-las a consumir de forma equilibrada, o que exige uma reflexão permanente sobre o que é supérfluo e o que é realmente necessário.
Atividades como o troca-troca de brinquedos entre as crianças, além de significarem uma contribuição para a redução de consumo, contribuirão para que elas aprendam a cooperação, o sentido do coletivo.
Eliminando o uso do copo plástico na hora do lanche e da toalha de papel nos banheiros, reintroduzindo a utilização de guardanapo de tecido, redefindo o uso de sacos plásticos estaremos contribuindo para a redução de consumo e para preservar o planeta do acúmulo de materiais que levam dezenas ou centenas de anos para serem reincorporados à natureza. Da mesma forma, é preciso que a escola assuma compromissos com a redução do consumo de água e de energia e com o desperdício de materiais, entendendo que não basta o discurso, é necessário dar o exemplo.
Consumir menos pressupõe capacidade de análise da situação planetária, crítica autônoma em relação ao estilo de vida que decorre do modelo de desenvolvimento hegemônico. A possibilidade de optar por um futuro sustentável depende, na nossa sociedade, de que as crianças e os adultos tenham acesso a conhecimentos a respeito do quadro ecosófico em que nos encontramos. Depende também de que possam intervir nesta realidade instituindo novos modos de viver, novos hábitos cotidianos que se sustentem em novas relações com a natureza, com os outros membros/grupos da espécie e em novas relações consigo mesmos.
O segundo R ecológico é o de reutilizar . Podemos incentivar as crianças a utilizar outra vez os materiais que iriam para o lixo inserindo, por exemplo, na escola, para atividades de escrita e de desenho, o uso do verso de folhas de papel já usadas de um lado. Estas práticas já começam a ser experimentadas em algumas unidades.
Além destas, queremos reafirmar a importância de atividades que visem reaproveitar o que iria para o lixo, como restos de tecido e lã, garrafas de refrigerante, pedaços de madeira, vidro, papelão produzindo material didático, jogos, brinquedos artesanais e objetos artísticos. E mesmo produzir sabonete a partir de pequenos pedaços do produto, juntados pelas crianças em suas casas, na vizinhança e no próprio SESC.
Estas e outras atividades deverão ser incorporadas ao cotidiano através da criação de oficinas de produção de brinquedos, para as quais as famílias e os membros da comunidade terão muito a contribuir, pois a cultura popular brasileira tem muito o que ensinar em termos de reaproveitamento.
Dos três Rs, o de reaproveitamento é o que sofre maior preconceito porque costuma ser associado à pobreza, a dificuldades financeiras, ou então à avareza. No caso do SESC, uma instituição que nos oferece muitos recursos materiais para trabalhar com as famílias e comunidades, acaba havendo desperdício, tornando-se necessário despertar entre seus trabalhadores a necessidade planetária de redução de consumo e reutilização.  Já podemos verificar que o trabalho com as crianças tem surtido efeitos em casa, modificando hábitos familiares, incentivando a reutilização, por exemplo, do papel-alumínio que há no verso de sacos de biscoito.
O terceiro R é o de reciclagem. É o que será menos trabalhado por nós, já que supõem um novo processo industrial, implica em um novo gasto de energia e em poluição.
Em relação aos dois primeiros, o nosso desafio é o de reduzir e de retardar a produção do lixo. No caso do terceiro R, a questão é dar destino ao lixo, é decidir o que fazer com a imensa quantidade de objetos/produtos que são descartados e que acabam por contaminar o ar, a terra, as águas. No cotidiano escolar, nossa contribuição poderá ser a de encontrar solução para o destino do lixo (vidro, metal, papel, plástico) buscando articulações com grupos e empresas de reciclagem.
Somos produtores de cultura, fazemos história e desejamos contribuir para a produção de novos modelos de desenvolvimento voltados para a preservacão da Vida. Sabemos que há muito o que aprender sobre meio ambiente, educação e desenvolvimento. Só agora assumimos compromissos com este aprendizado. Nossas ações são como pequenos grãos, que germinarão na medida em que crianças, famílias e outros educadores, como nós, compreenderem a necessidade e a força de sua intervenção, transformando hábitos, instituindo novos estilos de vida, novas maneiras de pensar e de fazer educação que apontem para um mundo sustentável.

Palavras-chave: ECOLOGIA AMBIENTAL; ESCOLA; PRESERVAÇÃO AMBIENTAL; RECICLAGEM; REDUÇÃO DE CONSUMO; REUTILIZAÇÃO; 3 Rs.

Referência bibliográfica:
GOUVEA, Maria José e TIRIBA, Léa (orgs).: “Educação infantil - um projeto de
       reconstrução coletiva”. Rio de Janeiro, SESC/ARRJ, 1998.
Sobre o autor: Os autores deste texto são 120 professoras da equipe de Educação Infantil do Serviço Social do Comércio/SESC-Rio.

Contexto de Produção: Texto extraído da Proposta de Educação Infantil do Serviço Social do Comércio, SESC/RJ. Brasil.
Produtor/Contato: redehumanidadecrianca@grupos.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário