AS ESTRELAS DA
BANDEIRA BRASILEIRA
A disposição das
estrelas no céu, no início das noites de junho, é a mesma representada na
Bandeira Brasileira. Dia 5 essa disposição acontecerá às 19:20h.
As estrelas e as
constelações representadas na nossa bandeira correspondem ao aspecto do céu na
cidade do Rio de Janeiro às 8:30h do dia 15 de novembro de 1889; local e data
da proclamação da república. Dia após dia, durante o ano, essa mesma disposição
se repete no céu quatro minutos mais cedo. No dia 5 de junho de cada ano, às
19:20h, a disposição das estrelas no céu de Belo Horizonte e regiões vizinhas é
quase exatamente a mesma representada na Bandeira Brasileira. Em 1999, nesse dia
e horário, estaremos dando uma aula a céu aberto, com a utilização de recursos
multimídia, sobre esse tema, no Observatório Astronômico da Serra da Piedade.
(Veja Programação para 05/06/99)
Na nossa bandeira,
o Distrito Federal e cada estado da federação estão representados por uma
estrela. São portanto 27 estrelas de 8 constelações representando os atuais 26
estados e o distrito federal brasileiros.
Para identificarmos
no céu essas estrelas, a primeira coisa que devemos notar é que em nossa
bandeira as estrelas aparecem invertidas (espelhadas) em relação à disposição
que as vemos no céu. Isso porque segundo a lei No 5.700, de 1 de setembro de
1971, que dispõe sobre a forma e a apresentação dos símbolos nacionais, as
estrelas na Bandeira Brasileira, devem ser consideradas como vistas por um
observador "situado fora da esfera celeste".
CONSTELAÇÕES
Uma nomenclatura
das estrelas, das mais utilizadas, segue a seguinte regra: Em cada constelação
a estrela mais brilhante recebe o nome de Alfa; a segunda mais brilhante recebe
o nome de Beta; a terceira mais brilhante de Gama; e assim por todo o alfabeto
grego. Temos assim a Alfa, a Beta, a Gama, etc. do Cruzeiro do Sul; a Alfa, a
Beta, a Gama, etc. de Escorpião; e assim por diante.
Apresentamos a
seguir, constelação por constelação, a representação dos estados brasileiros em
nossa bandeira. Utilizamos a notação salientada acima, sendo que em alguns
casos (correspondentes a algumas das estrelas mais brilhantes) apresentamos
também os nomes mais tradicionais dessas estrelas.
AS ESTRELAS E OS ESTADOS
Podemos notar que
de uma forma não rígida, a escolha da estrela representante de cada estado
procura seguir uma correspondência entre a localização do estado no território
brasileiro e a localização da estrela no céu. Assim é que os estados
"centrais" do Brasil, dentre eles Minas Gerais, estão representados
por estrelas do Cruzeiro do Sul; estados a oeste estão representados por
estrelas do Cão Maior; etc.
Ao contrário do que
muitos pensam, Alfa da Virgem, ou Spica, aquela estrela que aparece solitária
sobre a faixa "Ordem e Progresso", não representa o Distrito Federal.
Spica, que no céu se encontra bem ao norte, representa o estado do Pará. O
Distrito Federal é representado pela Sigma do Octante, a menos brilhante de
todas as estrelas da nossa bandeira. Essa estrela é tão pouco brilhante que
está próxima ao limite de visualização a olho nu. Ela contudo foi escolhida
para representar o Distrito Federal por estar bem próxima ao pólo sul celeste.
Sendo assim ela não apenas está sempre no céu (em qualquer dia e qualquer
horário) para nós do hemisfério sul; como também vemos, durante uma noite,
todas as estrelas girarem em torno dela.
REPETIÇÃO
O diagrama a seguir
nos ajuda a visualizar que se uma determinada estrela está bem acima de nossas cabeças
hoje à meia noite, daqui a 3 meses ela estará bem acima de nossas cabeças às 6
da tarde. Em um mês as estrelas se "adiantam" no céu por
aproximadamente 2 horas e em um dia por aproximadamente 4 minutos. Note que
isso é verdadeiro apenas para as estrelas. Devido à rotação da Lua em torno da
Terra e dos planetas em torno do Sol, vendo da Terra, eles se movimentam em
relação às estrelas, que parecem fixas umas em relação às outras, e não
apresentam essa mesma periodicidade.
Apresentamos um
mapa do céu como será visto no dia 5 de junho próximo às 19:20h a partir de
Minas Gerais, onde marcamos as estrelas da Bandeira Brasileira com traços
amarelos. A identificação de cada uma dessas estrelas pode ser feita com o
auxílio das figuras acima. A experiência tem nos mostrado ser a identificação
dessas estrelas no céu uma excelente prática para o conhecimento e memorização
das constelações do hemisfério sul.
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